Os pés são uma verdadeira obra-prima da engenharia. Cada pé contém 26 ossos, 35 articulações e mais de 100 ligamentos, graças aos quais suportam o peso do corpo e nos permitem caminhar e até mesmo correr.
Devido a isso não é de estranhar que, em ocasiões, sofram de diferentes transtornos sendo um deles a fascite plantar, mas em que consiste essa?
Chama-se fáscia plantar o tecido espesso e cartilaginoso que recobre a planta do pé (a partir do calcanhar até sua parte da frente) e que dá forma e suporte ao seu característico arco.
Quando esta área se inflama ou irrita, então, aparece dor e a fascite plantar. Esta pode se desenvolver gradualmente ao longo do tempo ou aparecer de repente após a realização de uma atividade intensa, como correr. Às vezes se nota tensão ou rigidez e inclusive sensação de "queimação" no tornozelo ou na planta sem chegar a doer.
A dor da fascite plantar é pior no período da manhã. Ao se levantar e "plantar" o pé no chão os desconfortos costumam ser maiores. Ao longo do dia a dor pode ceder e aparecer novamente depois de estar um tempo sentado, subir escadas, ou após fazer esporte e não enquanto é praticado, como muitas pessoas pensam.
As pessoas com pés chatos podem desenvolver mais facilmente fascite plantar. Os problemas no arco do pé, tanto por defeito (pés chatos), como por excesso (arco plantar alto) favorecem o seu aparecimento. Se, também, se adiciona um tendão de Aquiles tenso (localizado na base da panturrilha), a probabilidade de sofrer fascite plantar aumenta.
A obesidade é outra causa importante para que se apresente este transtorno. Os quilos extras fazem com que a fáscia plantar sofra um esforço extra e pode se inflamar.
É importante observar que a fascite plantar não é o mesmo que um esporão. É verdade que estão intimamente relacionados e, por vezes, se fala deles de forma indiferente, mas não é exatamente o mesmo. Um esporão é uma calcificação que ocorre justamente no osso do calcanhar e é revelada ao realizar uma radiografia do pé. Assim, é possível ter fascite (inflamação) sem que haja esporão. Também pode haver um esporão sem que haja fascite e, portanto, sem dor.
Leia também: "Cinco Exercícios Para o Tratamento de Fascite Plantar".
Leia também: “O Que Fazer em Caso de Luxação?”
Recomendações: Manter o nosso índice de massa corporal (IMC) dentro dos parâmetros normais é benéfico para evitar a fascite plantar e muitos outros males.
Usar um bom calçado a previne. Os sapatos com falta de amortecimento e solas muito duras ou, pelo contrário, com solas muito macias, podem provocar o seu aparecimento, daí a importância de investir em um bom calçado e ainda mais se pratica exercício intenso, se percorre longas distâncias e se você caminha por terrenos irregulares ou corre ladeira abaixo.
Realizar alongamentos antes do exercício é muito útil. É importante que o tornozelo, o calcanhar e o tendão de Aquiles estejam flexíveis para prevenir a fascite plantar. Para conseguir este objetivo, é essencial realizar exercícios de alongamento do pé e da panturrilha, especialmente antes do exercício físico.
Consultar com um podólogo se tiver mudado de calçado e experimentou os remédios caseiros acima expostos durante uma ou duas semanas, mas continua tendo dores nos pés. Quando consultar o especialista, leve seus sapatos velhos, já que apenas vendo o tipo de desgaste que eles tem, o médico possivelmente determinará o que provoca a dor nos pés ou calcanhares.
Receba atenção médica imediata se você sentir dor (após um "passo em falso" ou deslizamento), acompanhado de supuração ou descoloração. Certos problemas, por exemplo, ossos quebrados ou nervos comprimidos somente são corrigidos com cuidados médicos.
Se a dor não for controlada após um ano de tratamento com analgésicos e anti-inflamatórios, injeções de corticoides, alongamentos, fisioterapia, talas noturnas, descanso, uso de palmilhas ortopédicas e bom calçado, pode ser necessária cirurgia, mas como qualquer intervenção tem seus riscos e nem sempre termina com o desconforto completamente.
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